DNTND 2023 - A comunicação como caminho para o sucesso do projeto educativo

25-11-2023

DNTND 2023 - A comunicação como caminho para o sucesso do projeto educativo

O Dia Nacional do Trabalhador Não Docente (DNTND) foi celebrado este ano em Castelo Branco com uma Conferência sobre "A importância da comunicação dentro da comunidade educativa".

A FNE e os seus três sindicatos de não docentes reuniram-se neste evento - cuja organização coube este ano ao STAAEZC - Sindicato dos Técnicos Superiores, Assistentes e Auxiliares de Educação da Zona Centro - para dar expressão às reivindicações que estes trabalhadores mantêm em relação aos mais de 80 mil profissionais não docentes existentes em Portugal, tanto no setor público, como no privado dependente e independente do Estado, que têm mostrado sempre a sua inestimável relevância no campo da Educação.

João Góis Ramalho, Presidente do STAAEZC, abriu as hostilidades em termos de debate, na cerimónia de abertura, recordando as origens da celebração deste dia que "marca a publicação do DL 515/99 em que foi considerada a carreira dos trabalhadores não docentes como especial" acrescentando ainda que "este artigo tem uma paternidade: Manuela Teixeira (primeira Secretária-Geral da FNE e recentemente falecida) e demorou 10 anos até ser publicado pela mão do Ministro Marçal Grilo". Antes de passar a palavra ao autarca da cidade albicastrense, João Ramalho lembrou ainda os desafios que quem dirige estes trabalhadores tem e que passam "em muito pela formação contínua".

Depois tomou a palavra o Presidente da Câmara Municipal de Castelo Branco, Leopoldo Martins Rodrigues que assumiu que "estes trabalhadores têm um papel fundamental no nosso sistema de ensino. Na nossa câmara são muitas centenas os trabalhadores não docentes que temos ao serviço nas nossas escolas". O autarca assumiu alguns problemas para suprir necessidades nas escolas "por via de não termos concurso aberto e por outro lado de várias reformas de trabalhadores e de algumas baixas médicas". A preocupação maior passa também pela "morosidade dos concursos. Nós temos lançado um concurso para assistente técnico e outro para assistente operacional, aos quais concorreram várias centenas de pessoas," mas que demoram até ser alcançado o preenchimento desses lugares em aberto.

Em seguida, João Dias da Silva lançou os dados na mesa sobre os resultados da recém-realizada Consulta aos trabalhadores não docentes no âmbito das condições de abertura do ano letivo. O Presidente da AFIET afirmou como nota prévia deste inquérito a demonstração do "desgosto pela carreira e pelas condições salariais". Depois os destaques sobre este inquérito que teve quase 600 respostas, passaram por temas como o reconhecimento social ou dos seus trabalhadores hierárquicos pelo trabalho destas pessoas nas escolas ou sobre a participação nas atividades das escolas. Também o assédio no local de trabalho foi relevado por João Dias da Silva que relatou que "os dados promovem preocupação e devem ser trabalhados" pois os resultados mostraram ser dificil a denúncia destes casos e também que muitos acabam por ignorar. O nível de remuneração e as perspetivas de carreira continuam a ser duas das maiores queixas destes trabalhadores, situação que se repete relativamente à consulta do ano anterior. A fechar, o líder da AFIET deixou nota que "a afirmação que considero mais interessante desta consulta é a de que os trabalhadores se queixam de não existir formação contínua, mas que mesmo os que tiveram acesso a essa formação, não foi ao encontro das suas necessidades. Em termos gerais foram estas algumas das conclusões, mas temos de dar bem-estar profissional às pessoas para que estas trabalhem de forma mais adequada".

Depois, tempo para a oradora convidada, a socióloga Helena Monteiro, para falar sobre "A importância da comunicação dentro da comunidade educativa". E agarrando nas palavras de João Dias da Silva sobre a formação contínua, Helena Monteiro referiu "que me chamou a atenção a questão do levantamento das necessidades na formação. Muitas não acrescentam nada nas necessidades que as pessoas precisam". A intervenção da socióloga alargou-se então a temas como, por exemplo, "a forma como a comunicação contribui para o nosso bem-estar" ou "a importância da comunicação e a forma como a praticamos". Como alcançar o patamar da eficácia e a importância da comunicação dos assistentes operacionais no ambiente educativo, foram temas também em destaque na apresentação da oradora convidada desta conferência.

A fechar este dia de celebração, Pedro Barreiros, Secretário-Geral da FNE, salientou as dificuldades apontadas pelo Presidente da Câmara Municipal de Castelo Branco na sua intervenção "em que referiu como principais problemas a ausência de concursos, as baixas e as aposentações. E isto é o que vamos ouvindo diariamente sobre a dificuldade da gestão de rácios. Com isto é complicado levarmos às escolas o tal ânimo de que as pessoas se queixam nos resultados da consulta". Para o líder da FNE "importa percebermos o que implica o desgosto que foi referido nas respostas ao inquérito e importa que cada STAAE retire algumas conclusões e entenda o terreno que existe para ser desbravado". A formação inicial foi um elemento decisivo referido também por Pedro Barreiros que sublinhou ainda "a necessidade de se identificar o que é a comunidade educativa e perceber que cada um tem o seu papel e que deve ser valorizado, com a complementaridade destes papéis a ser fundamental no projeto educativo final, não esquecendo o papel que a comunicação entre os vários elementos da comunidade educativa tem e que permite que se alcance mais rapidamente o sucesso”, finalizou.




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